domingo, noviembre 04, 2007

Uma boa higiene do sono

Distúrbios de sono

Falta de limites e problemas respiratórios prejudicam sono das crianças

Publicada em 31/10/2007 às 15h58m

Maria Vianna, especial para O Globo Online Bebê Julia dormindo

RIO - Quando o sono não vem, a frustração é dupla. Pais e filhos ficam ansiosos e a hora de dormir vai se tornando cada vez mais difícil. Um estudo feito pelo Hospital Estadual Cândido Fontoura, especializado em atendimento infantil, indica que 70% das crianças paulistas têm dificuldade para dormir. Mas identificar e tratar das alterações no sono logo quando elas surgem é fundamental para proteger a saúde dos pequenos. Falta de atenção, timidez, pouca concentração e sistema imunológico enfraquecido são conseqüências de noites mal-dormidas. E, ao contrário de nos adultos, a falta de sono em crianças se manifesta como agressividade, irritabilidade e hiperatividade.

- Até os cinco anos, os distúrbios mais comuns são os de associação e os de falta de limite. Os de associação acontecem em crianças que aprendem a dormir de apenas um jeito e depois, quando acordam no meio da noite, têm dificuldade para cair no sono de outra maneira. Já os distúrbios de falta de limite acontecem mais em crianças com pais ausentes, divorciados ou que não criam regras para a hora do sono e os filhos pegam o hábito de fazer manha na hora de dormir - explica o pediatra Gustavo Antonio Moreira, do Instituto do Sono da Universidade Estadual de São Paulo.

" As crianças precisam de regras para evitar que elas cresçam cheias de vícios (Andrea Bacelar, neurologista) "

Nesses casos, os pais devem treinar os filhos desde os primeiros meses de vida para que tenham uma boa "higiene do sono".

- A higiene do sono nada mais é do que uma série de hábitos que sinalizam que está na hora de dormir. Dar um beijo de boa noite, colocar o pijama, escovar os dentes e ir para o quarto ouvir uma história ou uma canção de ninar são ótimas formas de fazer as crianças entenderem que está na hora de dormir. Evitar alimentos pesados, apimentados, chás e refrigerantes também é importante - resume o médico.

Para a neurologista Andrea Bacelar, o bebê deve aprender a dormir bem desde cedo para que não se torne um adolescente ou até um adulto com problemas de sono mais graves:

- Limites e regularidade devem ser impostos pelos pais. Uma dica é nunca tirar o bebê do berço. A outra é não incentivar as mamadeiras noturnas. As crianças precisam de regras para evitar que elas cresçam cheias de vícios - diz a médica.

Além dos problemas de comportamento, as crianças pequenas geralmente apresentam episódios de pesadelos e parassonias, que incluem o sonambulismo, o falar dormindo, a confusão ao acordar no meio da noite e o terror noturno. As parassonias são comuns em cerca de 30% das crianças e só devem preocupar os pais se começarem a afetar a rotina familiar.

- As parassonias acontecem mais na primeira metade da noite e os pesadelos, na segunda. Episódios mensais ou semanais não são preocupantes. Mas se a criança tem pesadelos recorrentes, pode ser necessário o acompanhamento de um psicólogo - diz o médico.

" Se a criança tem ronca alto e forte, no mínimo três vezes por semana, os pais devem levá-la ao médico (Gustavo Moreira, pediatra) "

A insônia também é um mal que pode acometer os pequenos: cerca de 15% das crianças têm grande dificuldade para cair no sono. A maioria dos distúrbios do sono melhora na medida em que a criança cresce e seu sistema nervoso amadurece.

Problemas de saúde também podem interferir na qualidade do sono das crianças. Rinite alérgica e um aumento das amígdalas e das adenóides são as causas mais comuns. O grande sinalizador de um problema respiratório é o ronco:

- Se a criança tem um ronco alto e forte, no mínimo três vezes por semana, os pais devem levá-la ao médico. Crianças que respiram pela boca durante o dia ou que de noite engasgam ou ficam alguns segundos sem respirar também devem ser examinadas. Essas crianças têm uma chance muito mais alta de ter distúrbios de comportamento e de aprendizado se não forem diagnosticadas - alerta Gustavo Antonio Moreira. As alterações têm tratamento e vão depender da idade e da gravidade do caso.



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